Sou uma escrivinhadora clandestina.
Escrevo de um refúgio interno.
De onde posso assumir meus medos e orgulhos,
porque lá, na folha desabitada,
não são meus, esses vis sentimentos.
não são meus, esses vis sentimentos.
Clandestinamente,
espiono meus personagens.
E através deles comemoro, choro, desespero, muitas vezes apaixonada.
Escrevo clandestina.
Roubo horas dos deveres,
dos afazeres.
Roubo horas da vida adestrada.
E permito que a alegria inútil,
de imaginar-me escritora,
se transforme em histórias caligrafadas.
Escrevo clandestina.
As palavras brotam de uma toca
obscura da minha'alma, docemente aclarada.
Serena finalmente,
ela descansa e aquieta.
Até surgir a próxima urgente necessidade
de pegar a caneta e escrevinhar, de novo, e de novo...
Sigo capturada.
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